Economia e Psicologia

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Sobre

Psicologia Econômica
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ECONÔMICA
W. FRED VAN RAAIJ (trad. Vera Rita de Mello Ferreira)

Extraído de: Peter Earl and Simon Kemp (Eds.). The Elgar Companion to Consumer Research and Economic Psychology. Edward Elgar, 1999.

Primeiros autores

Embora tenha havido tentativas de combinar Economia e Psicologia durante o século XIX, o conceito de ”Psicologia Econômica” foi provavelmente usado pela primeira vez em 1881, pelo cientista social francês Gabriel Tarde (1843-1904). Em 1902, Tarde escreveu um livro em dois volumes La Psychologie Economique. Para Tarde, Psicologia Econômica não é uma ciência separada, mas voltada para as suposições da Economia. O homem é um ser social, e as interações entre as pessoas deveriam ser a base para a Economia. Tarde se tornou conhecido por seu livro As Leis da Imitação (1890), onde descreve a influência da referência social, também sobre consumo e estilo de vida (Hughes, 1960).

Um outro cientista social, nascido na Noruega e vivendo nos E.U.A., Thorstein Veblen (1857-1929), publicou A Teoria da Classe Ociosa em 1899. Nesse livro critica o estilo de vida exuberante dos milionários magnatas americanos, como J. Pierpont Morgan e Cornelius Vanderbilt. O livro é um ensaio sobre o comportamento exibicionista e perdulário dos abastados ‘novos ricos’, que é um tópico psicológico-econômico. O trabalho de Tarde e Veblen poderia ser chamado a ‘primeira onda’ na Psicologia Econômica.

Veblen vs. Knight

Thorstein Veblen também poderia ser considerado um psicólogo econômico da ‘segunda onda’. Ele e outros tentaram introduzir ciências comportamentais no ‘mainstream’ econômico nos anos 20 (Veblen, 1919). A Psicologia havia se consolidado como uma ciência respeitável, e eles tentaram introduzir uma fundamentação psicológica melhor para a Economia. Economistas em geral não estavam dispostos a fazer isso. Eles preferiam começar com suposições a priori sobre o comportamento humano, tal como racionalidade, preferências estáveis, conhecimento completo e maximização de utilidade. Para muitos economistas, isso não era um dogma, mas o ponto de partida para teorizar. Se as previsões feitas a partir das teorias baseadas nessas suposições fossem refutadas, as suposições poderiam ser relaxadas (Coats, 1976; Van Raaij, 1985). Dessa forma, a teoria econômica poderia se basear numa simplificação do comportamento humano. Isso certamente não descrevia o comportamento na vida real, mas desde que fornecesse previsões viáveis, tornava-se aceitável provisoriamente. O modelo do comportamento humano deveria ser mais complexo apenas se isso se fizesse necessário. Esta evolução do simples para o mais complexo é semelhante à abordagem utilizada pela Física e outras ciências.

Knight (1921), como oponente de Veblen, sustentava que Economia não trata de comportamento humano, mas de relações universais entre conceitos. A análise da curva de indiferença de Slutzky-Hicks-Allen e o desenvolvimento de econometria marcaram o fracasso da introdução da Psicologia na Economia nesse período. Lakatos (1968) sustentava que os defensores do paradigma neoclássico na Economia sobreviveram a esse ataque, e saíram dele ainda mais fortalecidos.

George Katona

Uma ‘terceira onda’ na Psicologia Econômica ocorreu no final dos anos 30 e 40. George Katona (1901-81) foi seu principal expoente (Wärneryd, 1982). Um resumo de seu trabalho mais importante pode ser encontrado em Katona (1975); ver também a referência a Katona em outras partes deste livro. Os sucessores de Katona no Centro de Pesquisa da Universidade de Michigan foram Burkhard Strümpel (1935-90) (Van Raaij, 1991) e Richard Curtin.

Psicologia Econômica na Europa

Uma ‘quarta onda’ na Psicologia Econômica se desenvolveu na Europa nos anos 60 e 70. Na Universidade Louis Pasteur, em Estrasburgo, França, Pierre-Louis Reynaud (1908-81) (Albou, 1982) ensinava na cadeira de Economia Política desde 1946. Ele se interessava pelos aspectos psico-econômicos do desenvolvimento econômico, em especial na área do Mediterrâneo. Ele escreveu manuais sobre Psicologia Econômica (Reynaud, 1954, 1974/81). O sucessor de Reynaud foi Paul Albou na Universidade René Descartes, em Paris (Albou, 1984).

Em 1957, Karl-Erik Wärneryd foi indicado professor associado de Psicologia Econômica na Escola de Economia de Estocolmo, Suécia. Sua pesquisa focalizava a psicologia do consumidor, sobretudo em relação a poupança, comunicação de massa e estudos experimentais sobre as reações de consumidores frente a preços e comunicação de massa. Ele publicou o primeiro manual sueco de Psicologia Econômica em 1958, e uma edição revisada do mesmo em 1967. Um de seus colegas era Folke Ölander, que se tornou professor de Psicologia Econômica na Escola de Administração de Aarhus, Dinamarca, em 1974. Sua pesquisa focalizava políticas de consumo e preocupação com o meio ambiente.

Na Holanda a Psicologia Econômica teve início em 1972, no departamento de Psicologia da Universidade de Tilburg, onde Gery Van Veldhoven se tornou professor de Psicologia Econômica. As áreas de pesquisa eram comportamento de poupar, personalidade e comportamento do consumidor. Um de seus colegas era Fred Van Raaij, que se tornou professor de Psicologia Econômica na Universidade Erasmus, Rotterdam, em 1979. Suas principais linhas de pesquisa eram comportamento do consumidor, confiança do consumidor, comunicação de massa e preocupação com o meio ambiente.

Outras universidades européias seguiram esse caminho, e cadeiras de Psicologia Econômica foram estabelecidas na Universidade de Exeter, Reino Unido (Stephen Lea; cadeira de Psicologia com ênfase em Psicologia Econômica), e Universidade Johannes Kepler de Linz, Áustria (Hermann Brandstätter; pesquisa sobre tomada de decisão na família). Psicologia Econômica é agora também ensinada, por exemplo, em Bath (Reino Unido), Bergen (Noruega), Bruxelas (Bélgica), Reims (França), Valencia (Espanha), Viena (Áustria) e Varsóvia (Polônia).

Ano Cidade e País Organizadores (em associação com):

1
1976
Tilburg, Holanda
Gery Van Veldhoven

2
1977
Strasbourg, França
Pierre-Louis Reynaud

3
1978
Augsburg, Alemanha
Walter Molt, Peter Stringer

4
1979
Stockholm, Suécia
Karl, Erik Wärneryd

5
1980
Leuven-Brussels, Bélgica
Piet Vanden Abeele

6
1981
Paris, França
Paul Albou

7
1982
Edinburgh, Escócia
Hilde Behrend, Stephen Lea

8
1983
Bologna, Itália
Enzo Spaltro

9
1984
Tilburg, Holanda
Gery Van Veldhoven, Theo Poiesz

10
1985
Linz-Zell an der Pram, Áustria
Hermann Brandstätter

11
1986
Haifa-Kibbutz Shefayim, Israel
Shlomo Maital (SABE)

12
1987
Aarhus-/Ebeltoft, Dinamarca
Folke Ölander

13
1988
Leuven-Brussels, Bélgica
Piet Vanden Abeele

14
1989
Warsaw-Kazimierz Dolny, Polônia
Tadeusz Tyska, Joanna Sokolowska

15
1990
Exeter, Inglaterra
Stephen Lea, Paul Webley

16
1991
Stockholm, Suécia
Karl-Erik Wärneryd (SASE)

17
1992
Frankfurt, Alemanha
Werner Gürth (DFE)

18
1993
Moscow, Rússia
Sergei Malakhov, Elena Tougariova

19
1994
Rotterdam, Holanda
Gerrit Antonides, Fred Van Raaij (SABE)

20
1995
Bergen, Noruega
Sigurd Tröye, Ingeborg Kleppe

21
1996
Paris, França
Christine Roland-Lévy

22
1997
Valencia, Espanha
Ismael Quintanilla Pardo

23
1998
San Francisco, E.U.A.
Monroe Friedman (IAAP)

24
1999
Turin, Itália
Francesco Scacciati

25
2000
Vienna, Áustria
Erich Kirchler

26
2001
Bath, Inglaterra
Alan Lewis

Em 1976, o primeiro colóquio sobre Psicologia Econômica aconteceu em Tilburg, Holanda. Doze pessoas compareceram a esse encontro. A ‘sociedade’ internacional foi denominada ‘European Research in Economic Psychology’ (Pesquisa Européia em Psicologia Econômica). Mais tarde essa organização se tornou the International Association for research in Economic Psychology (IAREP) (Associação Internacional para Pesquisa em Psicologia Econômica). Embora pesquisadores de fora da Europa participem dos colóquios da IAREP, a associação ainda é em sua maior parte uma organização européia, com conferências organizadas na Europa, exceto a de 1986, que foi em Israel. Alguns colóquios foram feitos em conjunto com outras organizações, como a SABE (Society for the Advancement of Behavioral Economics – Sociedade para o Avanço da Economia Comportamental) e SASE (Society for the Advancement of Socio-Economics – Sociedade para o Avanço da Sócio-Economia). Em 1998 o encontro da IAREP foi em São Francisco, E.U.A., em conjunto com a IAAP, the International Association for Applied Psychology (Associação Internacional de Psicologia Aplicada). Foi a primeira vez que um colóquio da IAREP teve lugar na América do Norte.

Diversos livros e manuais sobre Psicologia Econômica têm sido escritos ou editados por Lewis (1982), Furnham e Lewis (1986), Lea, Tarpy e Webley (!987), Van Raaij, Van Veldhoven e Wärneryd (1988), Lea, Webley e Young (1992), Antonides, Van Raaij e Maital (1997), e Furnham e Argyle (1998).

Revista e Escola de Verão

Uma atividade significativa foi o estabelecimento do Journal of Economic Psychology (JoEP) (Revista de Psicologia Econômica) em 1981. Até o momento, os editores do JoEP foram Fred Van Raaij (1981-90) e Stephen Lea (191-95). O editor atual é Alan Lewis. Como revista científica, o JoEP tem um escopo maior de alcance que a IAREP, e pelo menos 50 por cento dos artigos publicados nele são escritos por autores de fora da Europa, como dos E.U.A., Austrália e Nova Zelândia. O JoEP começou com quatro edições num volume anual de 320 páginas. Em 1998, aumentou para seis edições num volume anual de mais de 800 páginas.

Com o objetivo de aumentar o interesse pela Psicologia Econômica, inclusive na Europa Oriental, escolas de verão foram realizadas em Linz (Áustria) em 1993 e 1995, organizadas por Hermann Brandstätter. Essas escolas de verão tiveram sucesso ao atrair jovens estudiosos para a pesquisa econômico-psicológica. Muitos desses alunos das escolas de verão depois pesquisaram no campo da Psicologia Econômica.

Além da Europa

Tem havido pesquisa econômico-psicológica interessante nos E.U.A., realizada por Herbert Simon (1963), Richard Thaler (1985), Jack Knetsch, Daniel Kahneman e Amos Tversky (ver Kahneman e Knetsch, 1992; Kahneman, Slovic e Tversky, 1982; Van Raaij, 1998), David Alhadeff (1982), Harvey Leibenstein (1976), Thomas Schelling (1978) e outros, embora eles não se chamassem psicólogos econômicos. Outras contribuições significativas foram feitas por Scitovsky (1976), MacFayden e MacFayden (1986), Albanese (1988) e Earl (1988, 1990). Tibor Scitovsky juntou Economia e Psicologia (fisiológica) em seu livro The Joyless Economy (A Economia Sem Alegria – N.T.). Os MacFaydens compilaram uma série de trabalhos sobre a teoria e aplicações da Psicologia Econômica. O livro de Paul Albanese surgiu a partir de uma conferência internacional realizada no outono de 1985, no Middlebury College, Vermont, E.U.A. Peter Earl (1988), que estava na Tasmânia nessa época, editou um livro chamado Psychological Economics (Economia Psicológica) enfatizando o uso da Psicologia em modelos econômicos de tomada de decisão. Trabalhos sobre teoria prospectiva, heurística em tomada de decisão, ilusão do dinheiro e probabilística para seguro são também relevantes para Psicologia Econômica.

SABE e SASE são também iniciativas americanas. SABE (‘economia comportamental’) é uma organização de economistas que introduzem fatores comportamentais na Economia e em modelos econômicos. SASE (‘sócio-economia’) é uma organização para incluir sobretudo fatores sociológicos e de ciência política na Economia e nos modelos econômicos. Em contraste com a IAREP, essas iniciativas foram iniciadas principalmente por economistas e sociólogos. Alguns livros que deveriam ser mencionados nesse contexto são Gilad e Kaish (1986), Maital (1982) e Maital e Maital (1984).

Linhas de pesquisa

As linhas de pesquisa da Psicologia Econômica se situam na interface de Economia e Psicologia. Em princípio, todos os comportamentos relacionados a recursos escassos, como dinheiro, tempo e esforço, são parte da Psicologia Econômica. Psicologia Econômica pode conceitualizada tanto como o efeito da Economia sobre os indivíduos, como o efeito agregado dos indivíduos sobre a Economia, e pode ter como modelo um ciclo de influenciar e ser influenciado (Van Raaij, 1981). Também estão incluídos comportamentos organizacionais, empresariais, e outros ‘comportamentos econômicos’. Não estão incluídos comportamentos cobertos pela Psicologia Organizacional, embora falte ainda uma distinção clara entre Psicologia Organizacional e Econômica.

A Psicologia Econômica inclui o estudo do comportamento do consumidor. A pesquisa sobre consumidor focaliza como as pessoas escolhem produtos, serviços e marcas, como gastam seu dinheiro e satisfazem seus desejos (Antonides e Van Raaij, 1998).

Metodologia Própria?

A Psicologia Econômica se caracteriza principalmente como o campo dos comportamentos econômicos. A metodologia da Psicologia Econômica é em grande parte semelhante à da Psicologia Social: pesquisa de campo, experimentação e observação. Pesquisa de panel e análise de dados secundários são típicos, mas não exclusivos da Psicologia Econômica. Panels são usados para medir gastos do consumidor e confiança do consumidor. Análise de dados secundários sobre gastos do consumidor, confiança do consumidor, opiniões e atitudes são comuns na Psicologia Econômica.

Variáveis econômico-psicológicas frequentemente incluem modelos econômicos como variáveis intervenientes ou suplementares. Por exemplo, se o desemprego afeta a confiança, e a confiança afeta os gastos, a abordagem econômica padrão é deixar de lado o fator da confiança, e examinar o efeito direto do desemprego sobre o consumo. Outra abordagem é ter variáveis psicológicas para explicar a variação adicional em relação ao que é explicado pelas variáveis econômicas. Se a renda afeta os gastos, qual é a variação extra explicada se usarmos tanto renda como confiança para explicar o consumo? A metodologia é portanto às vezes uma abordagem econômica, ou uma abordagem econômica com variáveis psicológicas intervenientes ou suplementares.

Metas e objetivos

As metas e objetivos dos primeiros psicólogos econômicos eram reestruturar completamente os fundamentos da Economia. O retrato satírico que Veblen (1919) fazia da concepção hedonística do homem que responde passivamente aos estímulos externos era persuasivo quando contrastado com o modelo ativamente inteligente do Homem em Psicologia. Essa meta ambiciosa fracassou. Obviamente o paradigma econômico não é fácil de refutar.

Uma segunda opção (de ‘recuo’) é incluir fatores comportamentais e psicológicos nos modelos econômicos (Earl, 1988). Se as variáveis psicológicas provarem ser acréscimos úteis ao modelo econômico, algum reconhecimento da contribuição econômico-psicológica estará assegurado.

As metas e objetivos atuais dos psicólogos econômicos são mais modestos. A meta é estabelecer um campo separado da Psicologia Econômica, adjacente a ele, mas distinto. As duas áreas terão desenvolvimento separado, mas, espera-se, que influenciem um ao outro de maneira frutífera.

Uma quarta opção é considerar a Psicologia Econômica como um campo da Psicologia Social Aplicada e Cognitiva. Esta opção tem alguma validade, mas não reconhece a relação especial da Psicolologia Econômica com a Economia.

Para concluir, a observação de que a Psicologia Econômica tem relações bem sucedidas e impacto sobre pesquisa sobre o consumidor, marketing, publicidade, políticas do consumidor, Economia financeira e experimental.

Bibliografia
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Veblen, T.B. (1899) The Theory of the Leisure Class, New York, Macmillan.

Veblen, T.B. (1919) The Place of Science in Modern Civilisation, New York: B.W. Huebsch.

Wärneryd, K.-E. (1958/67) Ekonomisk Psykologi, Stockholm (in Swedish).

Wärneryd, K.-E (1982) ‘The Life and Work of George Katona’, Journal of Economic Psychology, 2: 1-31.

A Psicologia Econômica se situa numa interface que pretende explorar as fronteiras entre a Psicologia e a Economia. Podemos encontrar pontos de intersecção, e grandes distâncias, mas acima de tudo, do meu ponto de vista, existe ainda um enorme território a ser ‘desbravado’ e conhecido.

Embora exista há vários anos na Europa, especialmente, mas também na Austrália, Nova Zelândia e E.U.A., (ver textos abaixo sobre IAREP-International Association for Research in Economic Psychology SABE-Society for the Advancement of Behavioural Economics), é de surpreender que uma área que diz respeito a temas tão candentes para nós brasileiros, não tenha ainda recebido toda a atenção que mereceria. Os fatores psíquicos que envolvem os fenômenos econômicos parecem estar sem dúvida presentes – e ser até mesmo observáveis a ‘olho nu’ – em toda a nossa experiência nacional, embora não tenham sido ainda devidamente estudados.

Por outro lado, não parece haver até o momento uma linha de investigação que utiliza de forma primordial o referencial psicanalítico para se aproximar dos pontos que podem ser cobertos pela Psicologia Econômica, ficando esta aparente lacuna como um desafio estimulante para que possamos começar a pensá-lo.

Um dos objetivos deste site, portanto, será de se constituir como um esboço de fórum onde questões relativas a esta área poderão ser discutidas, e quem sabe, será possível ampliar o alcance destas investigações iniciais, e aprofundar suas repercussões.

Sendo assim, fica feito o convite, e aberto o diálogo para que possamos expor idéias e pesquisas sobre este tema.

A seguir, temos uma breve explanação sobre a história e o conteúdo da Psicologia Econômica, em IAREP, com um link para a própria Associação, bem como sobre uma outra instituição que também se dedica a este campo – SABE – The Society for the Advancement of Behavioural Economics, que procura adotar um ponto de vista fora do ‘mainstream’ para investigar a economia, aproximando-se assim dos objetivos da Psicologia Econômica, com um link para a mesma.

Além disso, há artigos sobre o assunto (“A contribuição da psicologia econômica – trajetória e perspectivas de trabalho”, que é um apanhado do campo tratado pela Psicologia Econômica, sua história, áreas de pesquisa, situação no Brasil e no mundo, e possibilidades de contribuição através da Psicanálise; “Psicologia Econômica – história e perspectivas de trabalho” (apresentado na IX Semana de Psicologia da Universidade Ibirapuera); “Ilusão e Informação – podemos contribuir para aumentar o conhecimento sobre a conjuntura econômica?” (apresentado no Pré-Encontro de Psicologia e Economia – fronteiras, convergências, dilemas); “Funcionamento Mental, Dinheiro e Trabalho”, cujo título já descreve os principais pontos tratados; “Desemprego”, que traz uma visão psíquica dessa questão que tem nos atingido de forma tão contundente, e uma proposta de como psicanalistas poderiam oferecer uma contribuição para a sua discussão; “Defesa”, que é o pequeno texto da apresentação que fiz na oportunidade da minha argüição oral para defesa do mestrado, que incluiu este campo); daqui também pode ser acessado então o link para o livro, que é a publicação integral da dissertação – “O Componente Emocional – funcionamento mental e ilusão à luz das transformações econômicas no Brasil desde 1985″, reunindo idéias da Psicanálise e da Psicologia Econômica, entre outras; e o texto ” História da Psicologia Econômica”, de Fred Van Raaij.

Há também um link para um site (Interpsic), onde pode ser adquirido um vídeo feito a partir de uma palestra que realizei nesse espaço, acerca das possibilidades dessa aproximação, chamado “Articulações sobre o mundo emocional, o dinheiro e o trabalho”.

IAREP – International Association for the Research in Economic Psychology (Associação Internacional para Pesquisa em Psicologia Econômica)
A IAREP foi fundada em 1982, a partir de uma série de colóquios iniciados na Universidade de Tilburg, na Holanda, e que já vinham ocorrendo desde 1976. Esses encontros se tornaram regulares na medida em que diversos pesquisadores descobriram ter interesses em comum, centrados na intersecção entre a Psicologia e a Economia.

Hoje a Associação conta com membros de diferentes partes do mundo, entre acadêmicos e profissionais, especialistas em Psicologia, Economia, Economia Experimental, Administração de Empresas, Marketing e Comportamento do Consumidor. Estudantes também são bem-vindos para participar das atividades promovidas pela Associação.

Esse estudo interdisciplinar que constitui a Psicologia Econômica fundamenta-se em alguns princípios: a economia tem influências poderosas sobre a vida dos indivíduos, no plano psicológico dos sentimentos, pensamentos e comportamento; os sentimentos, pensamentos e comportamentos dos indivíduos compõem a vida econômica; apesar de suas diferentes abordagens e estilos explanatórios, a Economia e a Psicologia podem contribuir para a discussão de muitos problemas, tanto de ordem acadêmica quanto prática.

Assim, a Psicologia Econômica abrangeria o estudo de mecanismos psicológicos através dos quais emerge o comportamento econômico, bem como os efeitos psicológicos dos eventos econômicos, e está presente mesmo quando não recebe essa denominação específica, como no caso de Economia Comportamental (ver link para SABE), Psicologia do Consumidor, Sócio-Economia, Psicologia Organizacional, Ocupacional e de Decisões.

Alguns dos centros de pesquisa mais importantes nesse campo situam-se em Bath e Exeter, na Inglaterra, Rotterdam e Tilburg, na Holanda, Viena, Paris, Estocolmo e Valencia.

Para oferecer uma idéia melhor do seu escopo de atuação, listamos abaixo alguns temas de pesquisa, que podem também ser encontrados, na página do grupo de Exeter ( http://www.ex.ac.uk/~SEGLea/ecopsygp/): psicologia do dinheiro; da dívida; da poupança e investimento; da pobreza; do turismo; justiça social e meritocracia; comportamento relativo a impostos; propaganda e consumo infantil; socialização econômica; administração com Qualidade Total; e outros.

A IAREP promove conferências anuais para a discussão de trabalhos e pesquisa. Em 2001 ela acontecerá em Bath, Inglaterra. (informações adicionais sobre a conferência podem ser obtidas no site da IAREP – ver link abaixo).

IAREP – Associação Internacional Para a Pesquisa em Psicologia Econômica

http://www.ex.ac.uk/IAREP/
SABE – Society for the Advancement of Behavioral Economics (Sociedade para o Avanço da Economia Comportamental)
A SABE foi organizada no meio dos anos 80. Ela se fundiu à SASE-Sociedade para o Avanço da Sócio-Economia durante alguns anos no início da década de 90, mas tornou-se independente novamente a partir de 1993. A SABE é uma associação de acadêmicos e consultores independentes que acreditam que a análise da atividade econômica deveria incorporar descobertas das ciências sociais (psicologia, sociologia, antropologia e ciência política), história, biologia, e quando se mostrar viável, psicanálise. Os membros da SABE acreditam que os objetivos da atividade econômica são múltiplos – muito mais amplos que a maximização dos lucros ou a maximização da utilidade nos termos tradicionais dos economistas. Além disso, a maior parte dos membros tem sido particularmente influenciada pelos trabalhos recentes de psicologia cognitiva experimental e economia experimental, e sustentam que a habilidade para otimizar não se estende de modo geral ao que a economia tradicional tem caracterizado como comportamento plenamente racional. Ao invés disso, considerando-se as capacidades humanas, em muitos tipos de circunstâncias, o máximo que se pode esperar é uma consistente “quasi racionalidade”.

A SABE tem um website (www.usask.ca/economics/SABE), faz circular um boletim, e organiza uma grande conferência a cada dois anos. Em anos alternados, ela se encontra com a IAREP (International Association for the Research of Economic Psychology), a associação basicamente européia de psicólogos econômicos numa conferência conjunta. Os membros da SABE têm sido os principais editores do Journal of Socio-Economics (anteriormente chamado the Journal of Behavioral Economics), e também participam dos conselhos editoriais do Journal of Economic Psychology, the Review of Social Economy e o Journal of Economic Behavior and Organization. As revistas Kyklos, o Post Keynesian Economics, o Journal of Risk and Uncertainty, the Journal of Finance e o Financial Analysts Journal estão entre as revistas que mais têm publicado estudos sobre economia comportamental, embora atualmente apareçam artigos sobre esse assunto em virtualmente todas as principais publicações econômicas.

As conferências bienais da SABE atraem um grande número de economistas proeminentes do mainstream que ainda não são membros da associação – um reflexo do interesse crescente nesta abordagem, dentro da profissão em geral. A próxima conferência está programada para acontecer na The George Washington University, em Washington D.C., em 11-12 de junho de 2001.

SABE – Society for the Advancement of Behavioural Economics

http://www.usask.ca/economics/SABE/

Psicologia econômica
Cientistas laureados com o Prêmio Nobel de Economia estudaram a influência de fatores psicológicos na hora da tomada de decisão
Publicado em 30/10/2002 – 02:00

Para quem não faz parte do mundo financeiro, economia e psicologia parecem ciências completamente diferentes e sem qualquer ligação. Entretanto, a relação entre estas duas áreas sempre foi discutida no meio econômico, sem que se chegasse a alguma conclusão. A partir de agora, isso pode começar a mudar. Dois cientistas norte-americanos, o economista Vernon Smith e o psicólogo Daniel Kahnegem, foram laureados com o Prêmio Nobel de Economia deste ano exatamente por serem autores de teorias que provam cientificamente que não é possível depender apenas da matemática para tomar decisões econômicas. Segundo eles, às vezes, o lado psicológico de um investidor pode até ser mais importante do que seu conhecimento financeiro.

“Sempre se discutiu que a tomada de decisão não pode ser exclusivamente feita pela análise de números, mas ninguém havia mostrado isso de forma científica. Eles conseguiram”, afirma o professor de Finanças Comportamentais da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), Ricardo Humberto Rocha. Segundo ele, nos últimos quinze anos, os economistas se voltaram para a matemática de uma forma exagerada. “Começou até a haver um certo preconceito das escolas que não são tão focadas nos números. Os dois vencedores provam que um bom economista deve sim saber muita matemática, mas tem que estar atento ao lado psicológico das pessoas. Agora, os pesquisadores que estavam voltados para este tema se sentirão mais amparados cientificamente. Uma nova fronteira está se levantando. Mas esta mudança não é instantânea”, opina.

A lógica da pesquisa de ambos é a de que quem toma a decisão final, em qualquer situação, é o ser humano. Ou seja, mesmo que a pessoa possua ótimo conhecimento técnico e financeiro, sempre é o chamado feeling, o lado comportamental, que determina qual o rumo a seguir. “Teoricamente, todos os gestores que estão no mercado têm o mesmo preparo técnico e estão olhando para os mesmos números. Entretanto, decidem de forma diferente; alguns se dão bem, outros, mal. Portanto, é fácil perceber empiricamente que há influência do psicológico na tomada de decisão”, explica Rocha. Para o diretor do departamento de economia da UnB (Universidade de Brasília), Jorge Nogueira, a concessão desse prêmio vai ajudar a tornar a Economia Experimental uma área nobre da Economia. “Isso é extremamente importante, pois mostra que a Economia Experimental está se tornando cada vez usada para a formulação de teorias. É importante, por exemplo, estar atento a como um investidor se comporta em determinada situação de risco. E, para poder dizer como é esse comportamento, é necessário ter informações de área experimental”, diz Nogueira.

Na opinião do diretor, é provável que a partir de agora a visão da Economia comece a mudar até nas universidades. “Acho que os alunos e professores vão se voltar mais para a interface entre economia e psicologia, já que essas áreas são essenciais para entendermos efetivamente o comportamento do ser humano enquanto agente econômico”. O vice-reitor e professor do Departamento de Economia da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Aldair Rizzi, entretanto, discorda e não acredita que o Prêmio traga mudanças brutais aos currículos. Segundo ele, a teoria de que a psicologia também deve ser analisada começou a entrar nas instituições de ensino no início dos anos noventa. “Sempre existiu essa dicotomia na economia, essa diferença entre um enfoque que privilegia a questão dos modelos matemáticos e outro que privilegia o estudo da economia como uma ciência social. O que eles fizeram foi provar isso por meio de laboratório. É uma teoria que tem muito rigor teórico, mas se abstrai da realidade, que é muito mais complexa. Não agrega nada aos cursos universitários porque a análise da economia não se restringe ao laboratório, ela envolve política, sociologia e outros diversos campos que complementam o estudo teórico. Não adianta apenas dizer que o aumento da oferta reduz os preços. Isso já nem existe mais na economia”, sentencia.

Além disso, para Rizzi, a discussão não refuta preceitos consagrados da economia. “Os dois laureados tentaram agregar formas de interpretação. Mas existem teorias muito mais antigas que são mais apropriadas e mais consistentes para o estudo da economia. Na prática, este prêmio não trará mudanças”, conclui. O professor da UnB, entretanto, aposta em modificações. “Eles conseguem demonstrar, por exemplo, que o agente econômico tem muito mais medo de perder do que tem interesse de ganhar. E o que se pensava até hoje é que a vontade das pessoas de ganhar muito era comparável ao risco de perda que estavam dispostas a correr. Eles mostraram o contrário: que as pessoas preferem minimizar a perda ao invés de tentar maximizar o ganho”, afirma Nogueira. “Claro, não foram os primeiros a fazer este tipo de análise, mas, com certeza, estão entre aqueles que mais contribuíram”.

Meio ambiente valorizado

Professor voltado para a Economia do Meio Ambiente, Nogueira acredita que as teorias de Vernon Smith e Daniel Kahnegem podem contribuir bastante para sua área. “Ambos trabalham muito na tentativa de colocar preço em coisas que não têm mercado, como o ar e a água. Kahnegem estudou muito o método de tentar estimar preço para estes bens, o chamado método de valoração contingente”, explica.

Segundo o professor, este é um ponto importante e que tem sido muito discutido. “É necessário tomar decisões de como gastar e quais são os recursos necessários para evitar a poluição e a degradação do meio”. Os dois cientistas fizeram estudos experimentais com o comportamento humano para conseguir descobrir quanto as pessoas estão dispostas a pagar por algo que não tem mercado. “Como não há mercado de ar puro ou de conservação da natureza, por exemplo, é muito difícil estabelecer um preço. Eles estudaram métodos para alcançar esta valoração da forma mais verdadeira possível. Isso é muito importante, pois, a cada dia, as sociedades gastam mais recursos para tentar decidir hoje sobre resultados que só vão aparecer daqui a muito tempo – por isso não se sabe exatamente o quanto gastar. Precisamos criar preço para poder, por exemplo, pressionar o governo a investir em um parque nacional”, explica. Nogueira afirma que a premiação destas teorias dá maior substância para a negociação de uma política publica mais ativa “para este tipo de coisa, aparentemente, pouco importante, como a água limpa e o ar puro”.

Sua origem remonta a 1881, quando a expressão Psicologia Econômica foi utilizada pela primeira vez, por Gabriel Tarde, pensador social e jurista francês, embora anteriormente, economistas liderados por Karl Menger, da chamada Escola Psicológica ou Austríaca, tivessem introduzido conceitos psicológicos em suas análises econômicas. Depois de algumas tentativas de ampliar o escopo da Economia por meio de contribuições psicológicas e de outras ciências humanas, como a sociologia, no início do século XX, por esforços, em especial, de Tarde e de Thorstein Veblen, outro pensador social, de origem norueguesa e radicado nos EUA, estas iniciativas ficaram adormecidas por algumas décadas. Foi apenas durante a 2a.Guerra Mundial que um outro pesquisador, George Katona, húngaro que havia emigrado para os EUA, com formação em psicologia, voltou a dar visibilidade a esta área. Katona desenvolveu o Índice de Sentimento do Consumidor, por meio de amplos levantamentos junto à população, que lhe permitiram elaborar previsões sobre o desempenho da economia. Ao contrário dos economistas, que esperavam uma recessão, ele previu que haveria um boom, o que, de fato, veio a ocorrer. Paralelamente, na Europa, Pierre-Louis Reynaud, professor de Economia Política, dedicava-se também a reunir conhecimentos de ambas as áreas, Psicologia e Economia, sendo seguido por outros pesquisadores como Paul Albou, na França também, Karl-Erik Warneryd, na Suécia e Folke Olander, na Dinamarca. Mas é na segunda metade do século XX que este campo ganha impulso, com a publicação do livro de Katona, Psychological Economics, em 1975, o prêmio Nobel de Economia de 1978, dado a Herbert Simon, que tinha formação tanto em Economia quanto em Psicologia, e desenvolveu a Teoria da Racionalidade Limitada, e novas publicações, sob a forma de livros e do periódico Journal of Economic Psychology, criado em 1981, bem como associações científicas, como a IAREP-International Association for Research in Economic Psychology, em 1982. Atualmente, a disciplina encontra-se em expansão – em 2002, recebeu outro Nobel de Economia, outorgado a Daniel Kahneman que, junto a Amos Tversky, falecido, desenvolveu teorias sobre percepção e decisões em cenários de risco e incerteza, a chamada Teoria do Prospecto. Especialmente na Europa, mas também encontrada na América do Norte, Austrália, Nova Zelândia, reúne psicólogos, economistas experimentais, administradores de empresas, especialistas em marketing, teoria da informação, direito e outros profissionais, que desenvolvem pesquisas sobre temas como: tomdad de decisões; psicologia do dinheiro; socialização econômica; poupança; endividamento; justiça e igualdade; consumo; inflação; desemprego; evasão fiscal; psicologia da pobreza; hábitos e muitos outros. No Brasil e em alguns outros países da América Latina, começa a se desenvolver mais recentemente. Faz fronteira com: Economia Comportamental, Finanças Comportamentais, Sócio-Economia, Psicologia do Consumidor, Neuroeconomia.

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